Os vestígios do passado colonial ainda se manifestam de diversas formas na cidade de Braga. Alguns são evidentes, outros encontram-se escondidos nos modos de ser e estar, tendo as suas origens muitas vezes esquecidas pela memória coletiva. 

Ao longo dos séculos, Braga integrou as redes da expansão colonial portuguesa, participando na circulação de pessoas, saberes e bens. Essas dinâmicas incluíram tanto movimentos voluntários como migrações forçadas, entre elas o tráfico de pessoas escravizadas, que deixaram marcas profundas na sociedade portuguesa. As heranças desse passado continuam inscritas no tecido urbano, tal como nas referências culturais e, sobretudo, nos modos como se constrói a identidade da cidade. Entretanto, há uma parte da História que é sistematicamente silenciada e/ou invisibilizada. 

Nesta visita guiada, propomos um debate sobre como a presença do Império Português ainda se faz sentir na cidade — seja nos monumentos e nomes de ruas, ou nas histórias raramente contadas. Abordaremos desde referências explícitas, como o general Norton de Matos, ou simbologias, como as esferas armilares, até aos elementos mais subtis que refletem o legado colonial. 

Neste sentido, celebrar os 50 anos das independências dos PALOP e de Timor-Leste é reconhecer que, em História, cinco décadas são um breve suspiro, ainda presente na memória e nas relações da sociedade. O desafio desta caminhada é olhar para além da superfície, questionar as narrativas oficiais e reconhecer as múltiplas vozes que desde sempre coexistiram e formaram esta cidade. 

Mediador Chisoka Simões 

Duração 3 horas