- Programa
- A Edition Records lançou um muito aguardado álbum do LAN Trio com um dos pianistas mais amados e respeitados da nossa música no elenco. De seu nome Atlântico, este disco traz a leveza da água salgada estival, com os perfumes das terras que o homónimo oceano banha. Encontramos África nos ritmos persistentes, metronómicos e soltos de Helge Andreas Norbakken, emulando as mãos e os diferentes paus diretamente nas peles, criando uma ambiência a espaços quase tribais, mas também as cadências mais sofisticadas, com diversas percussões, madeiras e metais, surpreendendo o ouvido e o pezinho que não resiste a acompanhar a melodia. Esta fundo rico e complexo casa na perfeição com a elegância da abordagem de Mário Laginha ao teclado, combinando algum vigor nas repetições ao lado dos desvarios de Norbaken e com os silêncios espaçados à medida do virtuosismo do sopro de Julian Argüelles. O saxofonista, entre os timbres do barítono e do tenor, dá asas ao trio, com harmonizações directas temperadas de suaves tangentes aos temas, repletas de assomos à imaginação e à criatividade, sem receio de vazios lentos ou de relâmpagos rápidos e marcados, numa coesão mais bem apreendida no todo do álbum. É jazz seguro e belo, onde o desafio é encontrar e abraçar o cariz quase ecuménico e inclusivo das escolhas sónicas e dos caminhos trilhados. Um trio que funciona como uma unidade musical prolífica e coesa, capaz de tornar o jazz viciante, algo cada vez mais raro para qualquer estilo musical. Um dos grandes álbuns de 2020 chegou ainda a tempo para ajudar a salvar o que dele (e de nós) resta. Ouçamo-lo sem parcimónia.Sunday
21:00Main Room
M6
7 €Cartão Quadrilátero
3,5 €
Sunday
21:00
21:00
Main Room
M6
7 €
M6
7 €
Cartão Quadrilátero
3,5 €
3,5 €
A Edition Records lançou um
muito aguardado álbum do LAN Trio com um dos pianistas mais amados e
respeitados da nossa música no elenco. De seu nome Atlântico, este disco
traz a leveza da água salgada estival, com os perfumes das terras que o
homónimo oceano banha. Encontramos África nos ritmos persistentes, metronómicos
e soltos de Helge Andreas Norbakken, emulando as mãos e os diferentes paus
diretamente nas peles, criando uma ambiência a espaços quase tribais, mas
também as cadências mais sofisticadas, com diversas percussões, madeiras e
metais, surpreendendo o ouvido e o pezinho que não resiste a acompanhar a
melodia. Esta fundo rico e complexo casa na perfeição com a elegância da
abordagem de Mário Laginha ao teclado, combinando algum vigor nas repetições ao
lado dos desvarios de Norbaken e com os silêncios espaçados à medida do
virtuosismo do sopro de Julian Argüelles. O saxofonista, entre os timbres do
barítono e do tenor, dá asas ao trio, com harmonizações directas temperadas de
suaves tangentes aos temas, repletas de assomos à imaginação e à criatividade,
sem receio de vazios lentos ou de relâmpagos rápidos e marcados, numa coesão
mais bem apreendida no todo do álbum. É jazz seguro e belo, onde o desafio é
encontrar e abraçar o cariz quase ecuménico e inclusivo das escolhas sónicas e
dos caminhos trilhados. Um trio que funciona como uma unidade musical prolífica
e coesa, capaz de tornar o jazz viciante, algo cada vez mais raro para qualquer
estilo musical. Um dos grandes álbuns de 2020 chegou ainda a tempo para ajudar
a salvar o que dele (e de nós) resta. Ouçamo-lo sem parcimónia.
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