Sala Principal 21:30 

A solo e em colaboração, a longa discografia de Tujiko Noriko nas duas últimas décadas deu-nos um conjunto de obras pop especialíssimas, feitas de canções fractais mergulhadas num mar de erros digitais e ambientes pacificadores, cravando no terreno da electrónica indie um estilo único e reconhecível. Em 2019, com o filme “Kuro”, a sua estreia na realização concretiza um longo amor e relação com o cinema, mas sobretudo reformula e expande a sua música para mundos hiper-fluidos. Já este ano, o seu fabuloso duplo álbum “Crépuscule I & II” parece solidificar esse caminho, pensado para imagens, sugerindo narrativas e espaços psicológicos, feito de sussurros e atmosferas em paz. É neste ponto cimeiro da sua carreira que aceita o desafio do Festival Semibreve em construir um objecto audiovisual, convidando Joji Koyama, o co-realizador de “Kuro”, para a acompanhar em palco.

Sala Principal 22:50 

A nave descolou em 2006, com três tripulantes a bordo: John Elliott, Mark McGuire e Steve Hauschildt. Deixaram na sua rota um generoso espólio que relata as suas demandas pelas frinchas do Cosmos, entre acelerações alucinantes e trajectos feitos em modo contemplativo. Como todas as expedições desafiantes, a carreira dos Emeralds foi curta mas intensa: em meia dúzia de anos, há um sem-número de edições espontâneas que funcionaram como um diário de bordo ilustrativo da sua produção. Mas para quem procura os momentos-chave inscritos no mapa celestial, há cinco álbuns que documentam na perfeição a importância dos Emeralds na música electrónica recente. É por isso que a reentrada na atmosfera — inesperada, diga-se — em 2023, com os seus três elementos, é digna de actos de celebração. E, afortunadamente para nós, será no Festival Semibreve um dos poucos pontos de observação possíveis para este regresso. Ou, se quisermos ser exuberantes, eis um ponto alto da programação deste ano.

Programa completo em www.festivalsemibreve.com