Agenda e Bilheteira
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    BRUNO PERNADAS
    14 de Maio 2022
  • Programa
  • Sábado
    21:30
    Sala Principal
    M6
    15 €
    Cartão Quadrilátero
    7,5 €
    BRUNO PERNADAS - How can we be joyful in a world full of knowledge? 

    Quando o álbum de estreia de Bruno Pernadas foi apresentado ao vivo, o que menos espantou nessa noite de há dez anos foi o Teatro Maria Matos estar apinhado até ao balcão. O mais exigente público da cena musical lisboeta, terror de qualquer principiante, encontrava-se ali reunido, entre críticos, professores e músicos vindos de escolas e géneros que por hábito se ignoram. Como explicar semelhante convergência para assistir ao concerto de um artista em início de carreira?

    Dizer que se tinha criado um hype em redor de Bruno Pernadas é ignorar a natureza da curiosidade, do cepticismo, da desconfiança até. Numa altura em que o álbum How can we be joyful in a world full of knowledge? ainda nem tinha sido distribuído, toda a gente que ali estava tinha ouvido falar de um Bruno Pernadas diferente: é um guitarrista; é uma banda; é um compositor; escritor de canções; arranjador; produtor. E o género? Jazz! Não, pop. Pop orquestral! Espacial! Celestial! Rock progressivo! Não, regressivo! Cena de Canterbury! Lounge music, revivalismo exótico! Faz colagens com samples; é tudo com instrumentos!

    Não era fácil imaginar tantas pernas e tantas cabeças apoiadas num só par de ombros. A listagem de influências, de comparações de géneros, de estilos, só denunciava a teimosia daquela gente erudita em admitir que estava perante algo novo. Do alinhamento a lembrar uma big band, incluindo secção de metais com pauta à frente, até ao formato de quarteto rock, alternando entre a guitarra e o órgão Farfisa, por vezes no mesmo tema, Bruno Pernadas não desmentiu ninguém. Todos os rumores tinham algum fundamento.

    Quando um meteorito cai no planeta, ainda para mais com uma aterragem impecável, é perfeitamente normal querer identificar o desconhecido através de elementos familiares. Ainda para mais, Bruno Pernadas parecia fermentar as memórias que nos eram mais queridas para as destilar em fórmulas de um prazer inédito.

    Dez anos depois, quatro álbuns impecáveis e muitas bandas sonoras para filmes e espetáculos, o meteorito Bruno Pernadas continua a orbitar tranquilamente o nosso planeta. Com ouvintes espalhados um pouco por todo o mundo, a sua música está reservada a gente esclarecida com o sentido da alegria momentânea. Em cada novo tema, em cada nova canção (que no seu caso parecem várias canções dentro de uma só canção, como um álbum em miniatura), ele reinventa essa arte combinatória de viagem e descoberta que herdámos do barroco e que só por fogachos de distração se vai mantendo viva, quando memória, técnica e intuição se alinham. O título do seu primeiro disco veio a revelar-se um oráculo orientador do seu trabalho: como ter alegria num mundo soterrado em conhecimento? Como voltar à sensação de descobrir o paraíso que é música num cenário em que tropeçamos em tanta cópia e imitação?' Private Reasons assinala o regresso de Bruno Pernadas às edições depois de How Can We Be Joyful in a World Full of Knowledge (2014) e Those Who Throw Objects at The Crocodiles Will Be Asked to Retrieve Them (2016). O aguardado novo disco surge em 2021 depois de ter assinado recentemente a banda sonora do filme “Patrick”, de Gonçalo Waddington. O compositor, produtor e multi-instrumentista que integra também bandas como Real Combo Lisbonense ou Montanhas Azuis foi o primeiro português a produzir um disco de uma banda japonesa - “Massana Temples”, de Kikagaku Moyo - e atuou em 2018 no conceituado Festivalde Frue, no Japão juntamente com a sua banda de nove elementos.

    - Rui Catalão


    Direção musical, guitarra, sintetizadores e wurlitzer Bruno Pernadas
    Piano, wurlitzer, sintetizadores e voz Margarida Campelo
    Voz e guitarra Francisca Cortesão
    Voz e guitarra Afonso Cabral
    Voz Minji Kim
    Bateria, percussão e sampler João Correia
    Baixo eléctrico Nuno Lucas
    Trompete e flugelhorn Diogo Duque 
    Saxofones (tenor, alto e soprano) João Capinha



Sábado
21:30
Sala Principal
M6
15 €
Cartão Quadrilátero
7,5 €
BRUNO PERNADAS - How can we be joyful in a world full of knowledge? 

Quando o álbum de estreia de Bruno Pernadas foi apresentado ao vivo, o que menos espantou nessa noite de há dez anos foi o Teatro Maria Matos estar apinhado até ao balcão. O mais exigente público da cena musical lisboeta, terror de qualquer principiante, encontrava-se ali reunido, entre críticos, professores e músicos vindos de escolas e géneros que por hábito se ignoram. Como explicar semelhante convergência para assistir ao concerto de um artista em início de carreira?

Dizer que se tinha criado um hype em redor de Bruno Pernadas é ignorar a natureza da curiosidade, do cepticismo, da desconfiança até. Numa altura em que o álbum How can we be joyful in a world full of knowledge? ainda nem tinha sido distribuído, toda a gente que ali estava tinha ouvido falar de um Bruno Pernadas diferente: é um guitarrista; é uma banda; é um compositor; escritor de canções; arranjador; produtor. E o género? Jazz! Não, pop. Pop orquestral! Espacial! Celestial! Rock progressivo! Não, regressivo! Cena de Canterbury! Lounge music, revivalismo exótico! Faz colagens com samples; é tudo com instrumentos!

Não era fácil imaginar tantas pernas e tantas cabeças apoiadas num só par de ombros. A listagem de influências, de comparações de géneros, de estilos, só denunciava a teimosia daquela gente erudita em admitir que estava perante algo novo. Do alinhamento a lembrar uma big band, incluindo secção de metais com pauta à frente, até ao formato de quarteto rock, alternando entre a guitarra e o órgão Farfisa, por vezes no mesmo tema, Bruno Pernadas não desmentiu ninguém. Todos os rumores tinham algum fundamento.

Quando um meteorito cai no planeta, ainda para mais com uma aterragem impecável, é perfeitamente normal querer identificar o desconhecido através de elementos familiares. Ainda para mais, Bruno Pernadas parecia fermentar as memórias que nos eram mais queridas para as destilar em fórmulas de um prazer inédito.

Dez anos depois, quatro álbuns impecáveis e muitas bandas sonoras para filmes e espetáculos, o meteorito Bruno Pernadas continua a orbitar tranquilamente o nosso planeta. Com ouvintes espalhados um pouco por todo o mundo, a sua música está reservada a gente esclarecida com o sentido da alegria momentânea. Em cada novo tema, em cada nova canção (que no seu caso parecem várias canções dentro de uma só canção, como um álbum em miniatura), ele reinventa essa arte combinatória de viagem e descoberta que herdámos do barroco e que só por fogachos de distração se vai mantendo viva, quando memória, técnica e intuição se alinham. O título do seu primeiro disco veio a revelar-se um oráculo orientador do seu trabalho: como ter alegria num mundo soterrado em conhecimento? Como voltar à sensação de descobrir o paraíso que é música num cenário em que tropeçamos em tanta cópia e imitação?' Private Reasons assinala o regresso de Bruno Pernadas às edições depois de How Can We Be Joyful in a World Full of Knowledge (2014) e Those Who Throw Objects at The Crocodiles Will Be Asked to Retrieve Them (2016). O aguardado novo disco surge em 2021 depois de ter assinado recentemente a banda sonora do filme “Patrick”, de Gonçalo Waddington. O compositor, produtor e multi-instrumentista que integra também bandas como Real Combo Lisbonense ou Montanhas Azuis foi o primeiro português a produzir um disco de uma banda japonesa - “Massana Temples”, de Kikagaku Moyo - e atuou em 2018 no conceituado Festivalde Frue, no Japão juntamente com a sua banda de nove elementos.

- Rui Catalão


Direção musical, guitarra, sintetizadores e wurlitzer Bruno Pernadas
Piano, wurlitzer, sintetizadores e voz Margarida Campelo
Voz e guitarra Francisca Cortesão
Voz e guitarra Afonso Cabral
Voz Minji Kim
Bateria, percussão e sampler João Correia
Baixo eléctrico Nuno Lucas
Trompete e flugelhorn Diogo Duque 
Saxofones (tenor, alto e soprano) João Capinha



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