Desde que o piano foi criado, no início do século XVIII, conquistou paulatinamente o seu espaço no repertório a solo e camarístico. Pelo seu potencial polifónico e virtuosístico, foram inúmeros os compositores que incluíram este instrumento nas suas configurações de câmara, numa ampla abrangência estética e estilística. A partir do período clássico, a associação do piano a outros instrumentos inspirou os compositores, ora tratando-o como instrumento acompanhador ora impondo-o como interlocutor ou protagonista do discurso musical.Os recitais de música de câmara promovidos pelo Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga têm-se afirmado no âmbito deste repertório de cariz intimista, fruto da programação estimulante e eclética que os diferentes ensembles desta instituição têm apresentado. A música de câmara, desta vez com piano, revela-se fundamental no desenvolvimento artístico dos instrumentistas, que assim têm a oportunidade de integrar pequenos conjuntos instrumentais, intervindo num dos espaços mais emblemáticos da cidade, que se presta à valorização da performance musical numa atmosfera mais próxima do público.